Com o objetivo requalificar o
conhecimento socioambiental de sua proposta educativa, a Maestrello Consultoria
está cursando a disciplina de Educação Ambiental (EA), da Faculdade de
Tecnologia da Unicamp, que teve início na última quinta-feira (3).
O programa está dividido em três
blocos que se entrelaçam no decorrer de 15 aulas, de 4h cada. Coordenador dos
encontros e professor da matéria, Sandro Tonso explicou seus temas e respondeu
a algumas dúvidas do departamento de Comunicação da startup novaodessense de
geração de conhecimento e aceleração da aprendizagem.
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Tonso, durante a aula inaugural |
A primeira parte do estudo contemplará
a “Crise da Civilização”, que, para o educador, não é simplesmente ecológica,
mas prioritariamente social. “O principal objetivo deste bloco é a construção
de uma postura de verdadeiro respeito à diversidade no seu sentido mais amplo:
ecológico, social, político e cultural; a partir de uma análise ampla e
integrada das principais questões ditas ‘ambientais’, frequentemente divulgadas
pela mídia de um modo muito superficial”, informa Tonso.
Por sua vez, segundo o professor, o
Jornalismo tem desempenhado papel “deseducador”, quando se propõe à divulgação
ambiental. “99% da mídia somente reproduz informações, de forma falsamente
neutra, o que não permite a reflexão e nem incentiva o diálogo. Essa atuação
tem prejudicado a formação de educadores ambientais, pois não colabora com a
emancipação das pessoas, pelo contrário, promove a doutrinação, construindo uma
hegemonia de pensamentos”, ressalta.
Mas a Educação Ambiental poderia ser
uma resposta à crise? O segundo bloco da disciplina propicia este debate,
estudando o histórico do movimento ambientalista, apresentando experiências
educativas socioambientais comunitárias e discutindo os principais conceitos,
valores, metodologias e políticas públicas de EA; destacando ainda que há
diversas educações ambientais, desde as mais conservadoras até as mais
críticas.
Para compreender melhor as políticas
públicas no âmbito educativo socioambiental, a diretora executiva da consultoria
de Nova Odessa (SP), Ana Lúcia Maestrello, explica que suas metas visam
assegurar o direito à cidadania, com respeito ao meio ambiente. “Elas são
construídas com a participação dos setores público, privado ou de entidades
para resolver problemas sociais, através da elaboração de ações, projetos e
programas a serem executados pelo Estado”, diz ela.
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Ana e João Demarchi (em destaque), do Lapecs-IZ, são alunos especiais da disciplina |
EA como matéria obrigatória
Na tentativa de justificar a
importância da pauta, Ana lembra o Projeto de Lei Iniciado no Senado (PLS
221/2015) que impõe a obrigatoriedade da disciplina de Educação Ambiental para asescolas de Ensino Fundamental e Médio. “Formulado pelo senador Cássio
Cunha Lima, do PSDB da Paraíba, esse projeto será discutido na próxima
terça-feira [8] pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e
Fiscalização e Controle; se aprovado, ainda será apreciado pela Comissão de
Educação, Cultura e Esporte. Nós, educadores, reconhecemos que qualquer
iniciativa para abordar o conteúdo socioambiental em sala de aula é louvável,
mas, antes disso, é necessário melhorarmos todo o sistema educacional
brasileiro – e as políticas públicas podem colaborar e muito nesse processo”,
comenta Ana, uma dos 50 alunos da disciplina ministrada por Tonso, que
considera esse Projeto de Lei bastante problemático.
“Essa proposta não faz sentido algum
pela forma como está sendo conduzida, principalmente por não ter sido debatida
nas escolas, universidades e demais coletivos educadores. Ela ‘caiu do céu’,
sem qualquer envolvimento do proponente com as redes, grupos e associações
ligadas à EA do país. A Educação Ambiental já é incentivada como tema
transversal nas escolas faz tempo, embora com todas as dificuldades de
trabalhá-la na rede formal. Todos podem contribuir com a construção de espaços
educadores para a discussão e prática socioambiental, esta seria a melhor
resposta à crise da civilização”, destaca ele.
A terceira parte do estudo da Unicamp
promove encontros de sensibilização, visando à formulação de projetos. “Nesta
fase, a disciplina propõe uma série de dinâmicas e atividades que têm por
objetivo a sensibilização para as questões discutidas, procurando integrar uma
dimensão racional e informativa a um trabalho sensível, afetivo, estético e
formativo. Desta forma, acredita-se que toda a dimensão humana esteja presente
na preparação de projetos de EA. Somente desta forma, acredita-se na
possibilidade transformadora da Educação Ambiental, entendida com Educação
Política e socialmente responsável. Os encontros se constituem numa das poucas
oportunidades de real exercício de interdisciplinaridade em torno a uma questão
que afeta a todos: a dimensão socioambiental, e que, de uma forma ou de outra,
toca a todas as profissões, que deveriam se sensibilizar para discutir sua
participação na construção de uma solução coletiva”, conclui o educador
ambiental, que já sensibilizou mais de 2 mil estudantes, em 20 anos como
professor da disciplina, na Unicamp.
Contatos: Tonso - (19) 98118-1825 ou sandrounicamp@gmail.com
Ana - (19) 98376-8000
ou analuciamicheli@gmail.com
Juan Piva
MTB - 67.378/SP
Assessoria de Comunicação
Maestrello Consultoria Linguística
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Assessoria de Comunicação
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